As pernas, braços e a cabeça de um homem foram encontrados na tarde desse domingo (22/06), em uma área de mata nas proximidades do Museu da Amazônia (Musa), no bairro Cidade de Deus, zona Leste de Manaus. As partes do corpo foram espalhadas e acompanhadas de dois bilhetes com mensagens que fazem referência direta a um possível acerto de contas ligadas ao crime organizado.
Em um dos bilhetes, deixado ao lado da cabeça da vítima, estava escrito: “Tirei a vida de muitas pessoas inocentes. Hoje, dia 22/6/2025, estou pagando da pior forma possível.” Já o outro recado, posicionado junto a um dos braços, dizia: “A tropa de Manaus só avança”.
Antes da localização dos restos mortais, pela manhã, moradores da rua Monte Sião, no bairro Jorge Teixeira, também na zona Leste, se depararam com um corpo em chamas ao lado da Escola Municipal Professora Maria da Silva Barbosa. O cadáver, que estava sem a cabeça e já carbonizado, foi encontrado horas antes.
As autoridades investigam se o tronco queimado é da mesma vítima cujos membros foram localizados mais tarde, próximo ao Musa. A ligação entre os dois locais é uma das principais linhas de investigação da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), mas ainda não foi divulgada oficialmente.
Criminosos divulgam vídeos
Agora, a polícia busca localizar os autores de um vídeo que circula nas redes sociais, onde supostos membros de uma facção criminosa exibem a cabeça de um homem, identificado apenas como “Argentino”. Nas imagens, os suspeitos aparecem fazendo ameaças e zombando da vítima decapitada. Durante o vídeo, eles se identificaram como membros do Comando Vermelho (CV).
A polícia acredita que a execução, a decapitação e o esquartejamento da vítima em outro local, com os restos mortais sendo posteriormente espalhados em diferentes pontos da cidade como forma de intimidação e recado entre facções criminosas rivais.
Equipes da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) foram as primeiras a isolar as áreas dos dois locais, tanto no Jorge Teixeira quanto na Cidade de Deus, para permitir o trabalho dos peritos do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC). O Instituto Médico Legal (IML) foi acionado para fazer a remoção dos restos mortais e dar continuidade aos procedimentos de identificação da vítima.
As investigações são a cargo da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), que agora trabalha para confirmar a identidade da vítima, esclarecendo a autoria e motivação do crime e identificando os envolvidos na gravação e divulgação do vídeo.
*Com informações da assessoria