Rafaela Coelho Ramires, de 22 anos, e Vitoria Coelho Dutra, de 25 anos, mãe e madrasta, respectivamente, de uma criança de 5 anos, foram presas pelos crimes de homicídio qualificado e maus-tratos. A menina foi morta na madrugada dessa quarta-feira (27/08), na rua das Flores, bairro Tancredo Neves, zona leste de Manaus.
As investigações da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) apontam que a criança, identificada como Rafaely Stacey Ramirez Lima, foi espancada e esganada até a morte pelas mulheres. Em coletiva de imprensa, o delegado Ricardo Cunha, titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), detalhou o caso.
“A vítima foi levada ao Hospital Joãozinho já sem vida, com as mulheres alegando que ela havia sofrido uma queda no banheiro, que estaria escorregadio. No entanto, a versão não se sustentou diante das evidências, elas tentaram simular um acidente doméstico. A equipe médica, ao constatar diversas lesões no corpo da criança, incompatíveis com a alegação apresentada pela mãe e madrasta, imediatamente acionou a polícia e iniciamos as investigações”, disse o delegado.
Para a polícia, os elementos da investigação comprovaram que a criança vinha sofrendo maus-tratos constantes, culminando no homicídio.
“O médico constatou hematomas pelo corpo da menina, inclusive lesões na região cervical que indicavam estrangulamento. Exames também apontaram traumas no fígado e rins, além de sinais de violência antiga”, detalhou o delegado Fernando Damasceno, adjunto da DEHS.
O laudo oficial do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que a causa da morte foi choque hemorrágico, trauma abdominal fechado, lesões hepáticas e renais, além de asfixia mecânica.
Vizinhos já denunciaram casal
De acordo com a polícia, a investigação ainda revelou que as suspeitas haviam se mudado recentemente para a casa onde o crime ocorreu, após vizinhos do local anterior terem feito denúncias contra elas. Desde então, o casal de mulheres estava sendo monitorado pela Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) e pelo Conselho Tutelar. Por essa razão, elas mudaram de endereço.
“Apuramos que vizinhos já haviam denunciado práticas de violência e abusos contra a criança. Ouviam gritos e choro vindo de onde elas moravam, no entanto, elas se mudaram, para não serem descobertas. Infelizmente, a morte da menina foi consumada”, destacou Ricardo Cunha.
“A vítima não tinha como se defender, não sabia pedir socorro. E o que é mais chocante é que o crime foi praticado por pessoas que tinham o dever de proteção: a mãe e a companheira dela, que deveriam cuidar da criança”, completou Cunha.
Apesar das evidências e laudos apresentados pela polícia, Rafaela e Vitória negam as acusações. Ambas foram encaminhadas para audiência de custódia e devem responder por homicídio qualificado e maus-tratos.
*Com informações do Portal Toda Hora