Uma denúncia via Disque 190 levou equipe das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) a uma casa no bairro Parque 10 de Novembro, zona Centro-Sul de Manaus, em que pessoas, que atuam no contrabando de ouro ilegal, estavam sendo feitas reféns por três policiais de folga, sendo dois militares e um civil. Além da apreensão de 77 barras de ouro oriundas da Venezuela e cinco armas, seis homens foram presos em flagrante, incluindo os civis e os agentes da segurança.
O investigador da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), Felipe Pinto Ferreira, de 45 anos; e os cabos da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) Antônio Temilson de Souza Aguiar, 40, e Gilson Luna de Farias, 37, foram presos em flagrante no local do crime. Os outros suspeitos são: João Evangelista Figueiredo Filho, 36; Wesley Viana Moura, 27; e Angelo Adilson Ralf de Castro, 45 anos.
“Fomos recebidos pelo policial civil e dois policiais militares estavam dentro da residência. Percebemos que tinha algo de errado lá e encontramos algumas barras de ouro na sala. Feita a revista na casa, o local onde escondiam o ouro era o tanque do carro que seria usado para transporte em Manaus. Verificamos que a operação era ilegal e prendemos todos em flagrante, inclusive, a própria vítima que tinha duas armas de fogo ilegais”, explicou o comandante da Rocam, tenente-coronel Renan Carvalho, acrescentando que um carro blindado usado no transporte do ouro também foi apreendido.
De acordo com o comandante-geral da PMAM, coronel PM Klinger Paiva, o dono da residência, um venezuelano, que havia alugado o imóvel há dois meses e localizado próximo ao 23º Distrito Integrado de Polícia (DIP).
No local, foram apreendidas 77 barras de ouro, cerca de 72,6 quilos e avaliados em R$ 45 milhões, armas de fogo sem registro e os armamentos que os policiais estavam usando na ação. Os suspeitos passarão por audiência de custódia nesta quinta-feira (30/10). A mulher de um dos suspeitos também foi levada para a delegacia para esclarecimentos, como testemunha.
“É mais uma ocorrência em que policiais militares e civis estão envolvidos, mas reforçamos o compromisso de todas as forças de segurança nesse combate ao crime, não importando quem esteja envolvido. Eles passarão pelo devido processo legal para que tenham direito a ampla defesa”, afirmou Paiva.
Medidas aplicadas
O secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Vinicius Almeida, afirmou que os policiais serão afastados dos cargos e indiciados, pela Polícia Federal (PF), por extorsão, cárcere privado e tentativa de roubo. A Corregedoria da PMAM e da PC-AM também já foram acionadas e devem acompanhar o caso.
O delegado-geral adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, informou que será instaurado um inquérito policial para apurar a conduta do investigador preso e que a corporação não compactua com a prática ilegal.
Segundo Torres, a PF irá investigar a participação de outros servidores públicos no crime, além de apurar o esquema de desvio e comércio ilegal de ouro, a origem e destino da carga.








